Month: Março 2014

Já chega.

– Apaga a luz.
– Não!
– Apaga a luz, já te disse!
– Não consigo…
– Tens de conseguir!
– Não quero! Porque tenho de apagar a luz!?
– Encandeia-te…
– Não…e não consigo. Tenho tanto medo do escuro…
– Não está assim tão escuro. Vá lá, apaga a luz.
Hesitante, dirigiu-se então ao interruptor e apagou a luz intensa.
– Não vejo nada!!
– Espera, tem calma…
– Continuo sem ver nada! Não gosto do escuro…
– Abre os olhos. Já começas a ver que há mais luz?
– Sim…mas não é a mesma coisa.
– Nunca é. Segue em frente, passo a passo. Vês? Vem luz dali!
– É, parece que tens razão, obrigado cérebro!
– De nada palerma coração.

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Aquele sorriso…

Aquele sorriso, é meu. Aquele sorriso foi para mim, num dia quente de fim de verão, num paraíso na terra, onde soube então ser feliz.
Aquele sorriso és tu, tu para mim, só para mim, que me deste, que eu registei e nunca mais esquecerei, o sorriso, o momento, a ternura do amor que te enchia e a mim completava.
Aquele sorriso, a beleza serena do amor que transmite, é meu e se-lo-á sempre, para sempre.
Aquele sorriso, na agora ausência dele, a saudade, de cada vez que o vejo tortura-me e contudo não consigo deixar de o admirar, qual réstia de madeira a que um náufrago se agarra, para não se perder, para acreditar, para sobreviver.
Aquele sorriso único que me deste, fui eu que te tirei, mas mesmo assim é meu, é nosso, e isso nada nunca poderá mudar.

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